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A ética que vai além do compliance e vira cultura organizacional

Gilmar Silva de Andrade (presidente da ABRH Paraná) e Pedro Ramos (CEO Keeptalent Portugal) participaram do talk “A ética que vai além do compliance e vira cultura organizacional”, no Auditório Aelo, com moderação de Leyla Nascimento, presidente da ABRH Brasil. Foi uma conversa informal que trouxe muitos conceitos e ideias. O encontro faz parte do XVIII CONPARH.

Para Gilmar, “compliance é a evolução da conformidade legal e normativa para uma mentalidade e prática enraizadas no dia a dia da empresa”. E Pedro colocou que “Compliance significa estar em conformidade com leis, regulamentos internos e externos, é apenas o ponto de partida, essencial para mitigar riscos, proteger a reputação e evitar sanções”.

Ambos concordaram que ética vai muito além do compliance. “É uma competência, um conjunto de valores que ajuda a atingir um propósito”, definiu. Gilmar acentua que a própria empresa também deve ter valores éticos para poder influenciar. “A ética deve ser vivida, sentida, o que eu faço é correto porque está dentro das regras”.

Cultura ética

Segundo eles, deve ocorrer uma transição de compliance para cultura ética. “Isso implica sair da mera obediência formal (o “compliance de papel”) para o internalização dos princípios éticos por todos os colaboradores. Não basta seguir a lei por medo da punição; é preciso agir eticamente por convicção”. Eles comparam a ética como cultura que “começa na alta liderança e deve ser o principal exemplo, ao promover ativamente essa mentalidade, garantindo o engajamento de todos os níveis hierárquicos”.

O presidente da ABRH-PR, citou mais elementos para corroborar a sua opinião: “ambiente de diálogo aberto, estabelecendo uma relação de confiança, reconhecimento e responsabilização das ações éticas, desenvolvimento contínuo e a cultura ética”.

O CEO da Keeptalent destacou que “construir culturas organizacionais vai além do simples compliance e se tornam um motor de inovação e agilidade”. Segundo ele, o futuro dos negócios não se resume ao desempenho financeiro, mas sim a desenvolver uma mentalidade que priorize pilares estratégicos como a diversidade, a experiência do cliente e a valorização das pessoas como o verdadeiro motor do negócio. “A chave é alinhar cultura, propósito e valores com os resultados de negócio, movendo-se de uma ética de conformidade para uma cultura organizacional proativa, centrada no colaborador e no cliente, que estimule a agilidade e a inovação”, afirmou.

Já Gilmar vê que “este trabalho exige mais do que vontade: é preciso método, sensibilidade cultural e compromisso com o longo prazo”. E concorda com Pedro quando ele afirma que “os valores não podem ser apenas palavras, têm que ter verbos de ação”.

Papel do RH

Ele observou que não há ética sem desenvolvimento e crescimento, reforçando o papel do RH nesse processo. “O RH está mais ousado, antes tínhamos um RH focado em departamento pessoal sem participar de reuniões de decisões de diretoria e sempre ficando a par da operacionalização, hoje já é mais estratégico. E existe um espaço para que o RH assuma o trabalho de qualificar os líderes para a aplicação dos compliance e de influenciar os valores éticos”. “Uma cultura ética e de integridade contribui para um ambiente de trabalho mais saudável, seguro e justo, o que, por sua vez, impacta positivamente na produtividade, na retenção de talentos e na imagem da marca”.

Outros painéis também realizados no horário:

 

– O Cuidado como Estratégia – humanizar nas relações de trabalho

Giba Godoy (Diretor de talentos e estratégia organizacional Bold Hospitality Company) e Tatiana Polak (Coordenadora de atração e Desenvolvimento de Talentos Grupo Positivo)

Moderação: Charmoniks Heuer

 

Inovação como processo humano –

Cris Alessi (especialista em Inovação) e Silvana Pampu (HRBP Genral Manager Renault Group)

Moderação: Ariel Nascimento

 

– A importância da Diversidade e Inclusão como Estratégia –

Vanessa Reis (Diretora Executiva Great People) e Beatriz Santa Rita (executiva de Diversidade e Inclusão)

Moderação: Claudia Malschitzky

 

A Governança ética na era da IA: o que apenas humanos podem fazer –

Filipe Cassapo (Diretor LelloLab) e Marcia Cavalcante (executiva Bertha Capital)

Moderação: Maurício Chiesa

XVIII CONPARH

O XVIII Congresso Paranaense de Recursos Humanos (CONPARH) está acontecendo nos dias 22 e 23 de outubro, no Viasoft Experience, em Curitiba. São cerca de 2 mil congressistas, mais de 70 palestrantes nacionais e internacionais. O evento conta com uma Feira de Negócios gratuita, Mini Arena, Sala Imersiva e espaço para lançamento de livros.

 

Em meio à ascensão da inteligência artificial, o evento reforça que o verdadeiro diferencial das organizações continua sendo aquilo que nenhuma tecnologia substitui: empatia, criatividade, intuição e capacidade de dar sentido. Um chamado para reafirmar que o futuro será tão inovador quanto for humano.

Texto: Básica Comunicações

Fotos: Leandro Provenci e Gian Galani