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Fórum de CEOs da ABRH-PR debate a essência humana na era da IA

Nesta terça-feira, (21/10), aconteceu o Fórum de CEOs e Heads de RH, evento que antecede o XVIII CONPARH, organizado pela ABRH-PR, reuniu líderes empresariais e heads de RH para debater o papel estratégico do fator humano na era da automação. Com o tema central “Tudo que só o humano é capaz de fazer. E o que é comigo? Como o diferencial humano está fazendo parte da estratégia de competitividade da sua organização?”, o encontro transformou-se em um laboratório de co-construção de conhecimento.

O presidente da ABRH-PR, Gilmar Andrade, deu as boas-vindas destacando a amplitude do evento: “É uma satisfação muito grande hoje reencontrá-los e encontrá-los, porque tem alguns que naturalmente não participaram ano passado, mas que hoje estão aqui conosco”. Ele reforçou o convite ao foco principal, “é a nossa oportunidade de debater tudo que só humano é capaz de fazer, como já disse, no contexto dessa tecnologia que está aí disponível e nossa parceira”.

Produção ativa de conhecimento

Andrea Gauté (diretora de Curadoria e Gestão de Conhecimento da ABRH Brasil) e Vera Mattos (vice-presidente da ABRH-PR e diretora do XVIII CONPARH 2025) detalharam a dinâmica interativa. Andréa enfatizou que a discussão central irá “girar em torno do tema ‘tudo aquilo que só o humano é capaz de fazer? Por que e o que é comigo?’,” e que o foco é questionar “se nós estamos trazendo as pessoas para o centro das nossas estratégias, e se estamos, como estamos fazendo”. Ela completou que a maior parte do conteúdo virá dos presentes: “O que nós vamos apresentar é apenas uma pesquisa. O resto vai sair na cabecinha de vocês, dos insights”.

Vera apresentou uma novidade: o ciclo de aprendizado continuará após o Fórum. “Nós vamos consensar a luz. E vamos, depois de consensar todo o material que vocês produzirem… Vocês receberão esse material que vocês vão produzir”, explicou. A vice-presidente revelou que a grande novidade será uma reunião de acompanhamento: “no início do mês de fevereiro, quando vamos nos reunir novamente e conversar sobre o que foi feito, em relação ao que foi produzido aqui.” Ela resumiu a filosofia: “Nós gostamos da co-construção do conhecimento, é o que nós acreditamos”.

Resultados da pesquisa

O ponto de destaque do evento foi a apresentação de Irene Azevedo, da LHH – Lee Hecht Harrison, que detalhou uma pesquisa global com CEOs. A executiva, que se apresentou como “especialista em longevidade de carreira” por ter 75 anos e ainda atuar na gestão de uma multinacional, revelou um panorama de intensa vulnerabilidade entre os líderes.

O medo e o esgotamento são generalizados: 71% dos líderes admitiram temer perder o emprego, e mais da metade (56%) relatou sentir-se exausta, enquanto 51% declarou estar em “burnout”. A alta rotatividade também é alarmante, com 43% dos líderes testemunhando a saída de mais da metade de sua equipe de gestão no último ano.

Irene também destacou a pressão externa e interna. “O estudo mostra claramente que a disrupção tecnológica, sobretudo a Inteligência Artificial, é percebida como o principal desafio externo que as organizações enfrentam hoje”, e complementou que, internamente, “a transformação digital é o maior desafio para as companhias, uma questão ainda mais acentuada aqui no Brasil”.

A pesquisa identificou lacunas críticas de competências, como “pensamento estratégico e habilidade de tomada de decisão” e “capacidade de adaptação e de gestão de mudanças”. Para reverter o quadro, a executiva da LHH defendeu a requalificação. “As pessoas são renováveis, então a gente precisa ter soluções de qualificação e requalificação”, e concluiu, definindo o verdadeiro papel do executivo: “liderança não título é um legado”.

Impressões dos praticantes em relação à pesquisa

 

“Percebo exatamente a colocação inadequada de líderes em funções. Sendo consultora de RH em PMEs, acredito que priorizam trazer pessoas de confiança, e não efetivamente pessoas técnicas para aquela atividade. Nas pequenas e médias, principalmente, eles trazem pessoas de confiança que têm inabilidade técnica para a cadeira que estão sentando. E daí, está feito o problema”, CEO Fernanda Alves, Diretora das Regionais da ABRH-PR

“Queria compartilhar que a falta de talentos essenciais é um problema complexo que vi ser tratado no exterior. No México, o governo alinhou o plano de educação de dez anos com as universidades para suprir demandas futuras. No Uruguai, o governo admitiu precisar buscar profissionais em “países vizinhos” devido à falta de formação interna. Isso reflete nossa desigualdade de TI no Brasil, e mostra que nós, como RH, somos os “educadores da empresa”, precisando olhar e resolver essa carência que “parte da nossa porta”, Leyla Nascimento, presidente da ABRH Brasil

“Sendo CEO de uma empresa de tecnologia, o tema é crucial: a tecnologia é o meio, mas precisamos do talento e das pessoas. O grande desafio hoje é encontrar o talento jovem (30-35 anos) que tenha resiliência e paciência para criar vínculo, pois ele é imediatista. Embora o RH seja um facilitador, a responsabilidade de desenvolver e garantir a eficácia do talento é nossa, dos líderes, especialmente porque a adaptação e a gestão de mudança são constantes e imediatas, exigindo que nos reinventemos continuamente, Frederico Kastrup, Prime Control.